quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dói-me a vida, em silêncio


Eu sou ninguém
Vim dar-te alguma coisa
Que ainda não sei
Sei de tão pouco
Não sei por onde começar
Não tenho nome
Nem mesmo classe
Sou ninguém
E dói-me saber
Que dói a vida
Em silêncio
Eu não posso te ouvir
Por isso
Não diga
Tente ouvir
Sei que são palavras
Que se confundem
Com tal vazio
Não sou ninguém
Sou vazio
Tenho voz
Que quase sempre
Cala
E dói-me
O silêncio
Nenhum trovão
Escuta
Nem chuva
Nem vento
Sou ninguém
E até aqui
Cheguei
Não por gosto
Voltei, talvez
Ao ponto de início
E lhe entregarei
Este presente
Vou dar-te o barulho
Do trovão
Que se estremeça
E ouça
Vou ser trovão
Chuva e vento
Não tenho nome
E dói-me a vida
Em silêncio



Jeferson Guedes

Um comentário:

  1. As emoções vem imanar o seu mais refletido ventre. As palavras te acompanham de comoção. E eu aqui inebriado vim me deliciar deste escrito repleto de vida. Muito bom, especial e sempre bem quisto.
    Abraço largo,
    Leonardo Valente (MG)
    http://leovalesi.wordpress.com/

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