quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Não é nada (poema niilista)

não é nada

nunca foi nada

jamais fora alguma coisa

sempre foi em vão

os dias passam

e as horas se perdem

e eu fico confuso

olhando pra janela

vejo que tudo sempre fora nada

e as coisas que quis acreditar um dia

ficaram nulas

a vida sempre fora morta

e no fim do dia

não senti nem a noite

nem a lua

nem estrela que brilha

é tudo opaco

tudo imperfeito

nada se compreende

tudo se perde

tudo se chora

e no fim

tudo se esquece




Jeferson Guedes

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cada vez mais ainda

O tempo vai passando e eu cada vez mais perdido.

- É... Caro caríssimo, estou perdido.

- Mas aonde tu queres chegar?

- Não sei ainda...

- Então como podes dizer que está perdido?

- Eu não tenho caminho, e eu faço escolhas erradas, sempre erradas.

- Um dia tu vai encontrar o caminho certo.

- Talvez... Ou talvez eu me perca mais ainda.

Tantas pessoas... Tantos acasos... Tantos encontros... Tantas despedidas.



Jeferson Guedes

sábado, 25 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Depois do pesadelo

Oh! Tão tolo eu me fiz...
Acordei assustado,
E as horas que eu perdi...
Sem mesmo tê-las
Ao meu lado...
Fora apenas outro pesadelo
Outro devaneio
Que me abriu os olhos...
E eu me acho toda vez que me perco.
Que respiro sem mesmo
Ter um motivo.
Ora! Fora apenas outro sonho ruim,
Mais um pesadelo...
Mais horas sem dormir...


Jeferson Guedes

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Construir lembranças

Eu não gosto de ter lembranças
Pois é a certeza de não ter mais
O momento
Elas machucam tanto...
Acho que por isso que eu tenho
Receio de viver
“Nós vivemos apenas pra construir lembranças”
(escrevi isso uma vez)
Mas o que faremos
Quando nossas frágeis construções
Caem com o primeiro vento?
Será que devemos remontá-la?
Ou faremos outra construção?
E essa agüentara até o outono?
Às vezes eu fico pensando tanto...
Lembrando tanto...
Bem sei que,
Fizemos ruínas das nossas frágeis lembranças
Eu sempre reconstruo
Um tijolo em cima do outro.
Tijolos amarelos.
Uma vez me disseram:
“Lembrar o passado é sofrer duas vezes”. ’
Eu não me arrependo de nada.
Arrependo-me apenas de:
Ter me exaltado.
Não ter podido controlar a situação.
Eu fico pensando:
“Será que alguém sente a minha falta?”
Hoje eu não sei ao certo...
Se as estrelas brilham pra sempre...
E se as nuvens são feitas de algodão.
Eu vou conseguir construir novamente...
Tijolo por tijolo.
Mesmo sentindo a tua falta.



Jeferson Guedes


"Pouco importa se essas nuvens foram um dia algodão... Pouco importa se elas escondem o céu..."

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Desconhecido

Eu vou postar... Meio bêbado... Um poema de uma amiga minha... Conheci ela faz muito tempo... Lá em São Francisco do Sul... Tenho um carinho enorme por ela... E eu me identifico muito com esse poema.



Com um cigarro entre os dedos,
um copo de bebida e
um sorriso sarcástico.
Ali sentado à mesa ele estava,
olhando para todos,
tentando se encontrar.
Talvez se encontrar em alguém.
Mas a noite terminou e ali ele permaneceu,
envolto em sua própria solidão.

Michele Deunizio.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Gosto amargo

Não foste tu
Que veio pra me socorrer
Na calada do meu sorriso
Que não me sobrou à noite
Em que eu pensava
Que a tua mão
Vinha pra me dizer
Que iria ficar tudo bem
Como antes
Bem sei que as palavras
Somem com o vento
E as lembranças
Ficam com um gosto amargo


Jeferson Guedes

domingo, 12 de dezembro de 2010

Divã.

Eu nunca gostei de beber... Não sei por que eu bebo. Eu fui straight edge 7 meses da minha vida. Participei de muita coisa, muita coisa que eu me orgulho. Agora eu me vejo aqui... Não fazendo o que eu gosto. Sei lá. Tipo... Acho que foi uma fase legal eu ter voltado. Esfriei muito a cabeça. Hoje eu não sou tão revoltado... E conheci pessoas que ficam perto... Mesmo me achando estranho algumas vezes. É engraçado. Eu gosto de poesia... De suavidade... De dar sentido pra vida através de palavras. “Dar sentido a vida pode levar a loucura”. E mesmo gostando dessa suavidade... Eu gosto de rebeldia. Que me fez conhecer o Punk e o Hardcore. Acabou o meu vinho. Dois amigos vieram aqui em casa hoje e me fizeram almoço. Foi uma tarde agradável... Mas isso não é um diário. Essa manhã eu acordei... Me lembrando de um sonho. Nesse sonho havia todos os meus amigos... E outra pessoa também. E ela me procurava no meio de tanta gente... E eu a via... E tentava me aproximar. Mas havia tanta gente... E ela gritava por mim. E eu não conseguia chegar perto dela. Foi muito estranho... Um sonho muito ruim... Pensei... E liguei umas 500 vezes. Acho que ela deve ter me odiado por isso. Eu não consegui mais dormir. Tentei assistir um filme. Ah, eu tomei uma chuva tão grande hoje. Eu e o meu amigo. Sei lá. Se eu não pegar uma gripe por causa da chuva... Até que foi divertido. Sabe... Eu não consigo encarar a verdade eu acho. Sei lá. Demora tanto tempo pra eu enterrar alguém. Mas eu só to pensando em me tornar Vegan de volta. E fazer faculdade ano que vem. Eu queria comprar uma moto. Gosto tanto dessa sensação de perigo. E do vento me batendo. Sabe... Eu acho que eu não sou a pior pessoa do mundo. Eu sei que faço merda algumas vezes. E eu me arrependo tanto de tudo isso. É engraçado. Eu sou uma pessoa tão atípica. E eu me acho tão legal algumas horas, e outras eu acho que eu não valho a pena pra nada. Eu sou uma pessoa responsável. Odeio faltar trabalho. Escutei agora: “sendo assim não doeria tanto, responder ao teu silêncio.” A vida é tão doida... Eu me senti tão feliz correndo na chuva hoje. Sabe... Algumas coisas eu tenho que mudar em mim. E eu sei disso. Eu tenho que parar de ficar me importando tanto...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Restaram as palavras e a chuva

Eu só tenho as minhas palavras
Dois mundos que se perderam
Noutra noite que o dia não veio
Chegou tão perto de mim
Meus joelhos tremeram
Tomei outro copo
Mesmo sabendo
Que não ia agüentar
A chuva nos meus ombros
Eu não sabia o que fazer
Se eu te olhava
Ou eu me deixava de ser
Tudo tão puro
Tudo inigualável
Que por meu descuido
Deixei o meu orgulho corroer
Tão já
Me restaram as palavras
Que ainda se fazem dentro de mim
Com a chuva que caia
Dos meus olhos
Caiam mais
Talvez
Não fosse pra ser isso
A chuva não poderia ter caído
E manchado o meu corpo
Com tais arranhões
Sei
Que dessa noite que se foi
Chorei
Bem mais do que a chuva
Que nos meus ombros,
eu trazia



Jeferson Guedes

Em teu rosto

Tantas vezes
Eu encontrei
O meu sorriso
Atrás dos teus olhos
E desejei tanto
Tê-la por perto
Pra eu poder
Sorrir
Te olhando
Tu foste o meu tudo
E eu quis te proteger
De qualquer coisa
Eu fui um tolo
Por ter esquecido
Os meus lábios
Em teu rosto


Jeferson Guedes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre sonhar

Cabe a mim
Ainda ter sonhos
Que sejam tangíveis
Que não se enfraqueçam
Do tempo
Em que me atirei
Aos versos
Apenas em tentar ser mais
Faço tudo que posso
E fujo do meu pior
Bem sei
Sonhos
São difíceis
Pois tudo é abstrato
Tudo é nulo
Entre tudo
Pode ser exato
E eu sei onde dói mais
Qual foi o verso
Que mais chorei
E qual foi à vida
Que sofreu mais
Hoje bem sei
Das vezes que eu sonhei
Eu estava de olhos fechados
Fingindo que a dor ia passar
Mas tais versos
Não se fazem
De momentos belos
E sim
Do escárnio que me fez escrever
Sobre sonhar


Jeferson Guedes

sábado, 4 de dezembro de 2010

Das vezes que desviei o olhar

Desviei o meu olhar
Em tantas vezes
Que hoje
Não me sinto culpado
Nem inocente
É outra vez
Em que me detive
Tentando te olhar
Juro
Que nesse mar
Que me afoguei tantas vezes
Vi tantas sereias
Elas e seu canto profano
Que me levou ao fundo
E nunca mais vi os raios de sol



Jeferson Guedes