quarta-feira, 30 de junho de 2010

Por não termos escolha

Difícil conseguir entender coisas que você não tem como ver, como sentir. Substantivos abstratos não têm nenhum sentido. Quase tudo na vida não tem sentido...
Tantas coisas deixaram marcas em meu peito. Tudo o que penso para tentar me livrar de alguns pesadelos que me fazem sofrer e acordar. Acabam me jogando ao relento dos ventos vazios e sem sentimentos.
Tudo o que perco por sonhar.
Tudo o que tento por apenas lembrar...
Nenhum raio de sol brilhou hoje. Ouvi rumores que você também poderia estar perdida.
Você é aquela nuvem que chega sem saber que carrega a tempestade dentro de si.
Faz pessoas sofrerem sem saber que é a culpada.
Tantos lugares que tive que dormir, por estar perdido e sem saber se conseguiria errar o caminho de volta, para ver o sol nascer.
Andei por lugares que nunca esquecerei.
Não há preço que se pague por certos momentos...
Alguém me disse certa vez, que talvez eu fosse encontrar o brilho do meu olhar ao me achar com você, em um bosque florido, ou em uma praia com o reflexo lento da lua nas águas.
Outros pensamentos, a minha cabeça lamenta a dor.
Há tanto vazio no mundo...
A porta de emergência sempre está trancada.
Ali tem campainha, mas ela não funciona.
Resistimos tanto, por não termos outra escolha...


Jeferson Guedes

domingo, 27 de junho de 2010

Se tu soubesses

Eu queria tanto um rumo
Ou queria me encontrar perdido
Novamente dentro da sua boca
Ah, se tu soubesses o quanto...
O quanto eu pensei em ti esses dias...
Ah, se tu soubesses...
Que eu queria viver apenas por ti...
Mas eu estou tão sem rumo...
E tão fraco por pensar em ti...
Não sei se foi da bebida...
Ou das formas que tive,
Pra acalmar minha carência
Aquela noite...
Mas me prendi tanto...
E não queria me soltar...
Queria que o tempo parasse,
Pra sempre eu queria ficar...
Entre teus braços...
Não queria que o sol nascesse...
Para me ferir os olhos...
E amanhecer com certo
Pensar que aquilo não poderia ter acontecido...
Que foi tão surreal aquele instante...
Que foi apenas por carência...
Isso tudo me confundiu tanto...
Isso tudo me tirou o sono...
E eu já não sei mais o que sinto...
Eu já não sei mais o que penso...
Mas, apesar de tudo...
Foi tão mágico...
Tão inesperado...
Tão não sóbrio...
Tão estranho...
Enfim o sol nasceu...
E machucou meus olhos...
Ficaram tão vermelhos...
E o sangue tão desbotado...
E cai na realidade novamente...
Com o meu corpo
Espatifado na parede do meu quarto...
Ah, se tu soubesses...
Ah, se eu tivesse mais coragem...
Nunca mais queria ter que olhar, tu
Chorando...
Com o rosto aguado...
Isso me deu tanta tristeza,
Isso me fez querer tu...
Mais do que sentir carência,
Querias tu...
Acima de qualquer poesia...
Acima do nascer ou até mesmo,
Do pôr do sol...
Acho que se eu tivesse a chance...
O sol não me machucaria tanto...
E os meus olhos...
Seriam voltados apenas a ti.
E a mais nada.



Jeferson Guedes

Mais um 8 de julho

Eu não queria,
Que chegasse meu aniversário.
Por me sentir que mais coisas
Passaram...
E nunca mais vou ter volta.
Nunca mais olharei pra aquilo que eu tanto...
Gostava,
Desejava.
Que queria ser feliz um dia.
Eu sei que essa data que por mais,
Que eu não queira irá chegar...
Uma hora ou outra...
Vale,
Vale a pena viver...
Sentindo saudade?
Daquilo que faz tanto tempo...
Que passou e não voltará,
Pra me dizer "olá".
E nem mesmo pra dizer
“Parou de beber tanto?
Eu não gosto de ver você assim...
Não gosto dessa tua mágoa...
Que você sempre sentiu...
E que sabes que vai melhorar,
Se der uma chance...”
Mas eu sei que,
Se tu tivesses comigo de volta...
Mesmo assim...
Eu seria uma pessoa triste,
Que busca os cometas...
Que eu encontro apenas nos meus sonhos...
As pessoas só querem,
Que alguém ou outras...
Se importe com elas...
Tu se importavas demais...
E eu mesmo assim,
Não dava tanto valor...
Ah, se pudesse voltar
Se pudesse te olhar novamente.
E sentir aquela calma...
Que sempre sentia quando te olhava...
Acho que eu não ia me degradar tanto...
Eu iria ser triste, como sempre fui...
Mas você me acalmaria por aquele instante,
Pois tu tinhas aquelas paz...
E me fazia sorrir.
Mesmo eu olhando ao nada...
Me fazias sorrir.
Pena eu deixar em vão aquele tempo,
Se pudesse fazê-lo voltar...
Outro aniversário.
Que vou deixar passar.
Sem você pra olhar...
Sem você pra me dar...
Uma outra camiseta do ramones.
Ou um perfume...
Tu sabias que eu não gostava de perfume,
Mas, mesmo assim tu me davas...
Isso não soou muito poético,
Mas dane-se eu estou bêbado.
E recordando os parabéns que tu me deu...
Há uns dois anos passados...
O tempo passa...
O tempo passa...
Pena tu não estar ao meu lado...

Jeferson Guedes

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Apenas ao acaso

Apenas
Fechei meus olhos.
E acordei novamente
Em teus braços.

Mais um sonho a mais.
Quão real foi aquele instante.
Aquela vez...
Desisti sem mesmo
Ter tentado.

Ainda não larguei do vício
Dos teus olhos.
E nem mesmo do cigarro
Consigo largar.

Não sei se vou conseguir
Te encontrar.
Mas outrora te achei
Ao acaso.

Tu não estás
Mais perto de mim.
Sonhei em vão aquela noite.
Acho que sonhei
Apenas por sonhar...

Acho que a realidade
Não consegue me satisfazer.

E nem em meus próprios sonhos
Consigo ter paz,
Pois sempre acordo
Sentindo pena de mim mesmo.

Tentando novamente
Por mais uma manhã a mais;
Sentir o teu cheiro.

Que não está em mim...
Já faz tanto tempo...


Jeferson Guedes

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aurora

Aquele pedaço de papel
Sem quase nada escrito
Sem jamais ter corrido
Atrás daquela estrela
Que já não mais brilha
Que se apaga aos poucos
Que já está praticamente sem vida

Sem aurora de cores
Te vivi por um instante
Mas não lembro seu nome
Morri por mais alguns dias
E quase ninguém sentiu
Ninguém sentiu o que eu sentia
E muito menos sentiram minha falta

Não queria ter esses corredores sem alma
Não queria ter a rosa, apenas seus espinhos
Pois quando me cortava
Eu sentia a tua dor
E mesmo assim eu sorria

Jeferson Guedes

terça-feira, 8 de junho de 2010

Não podia

Eu não lembro muito bem...
Aquela noite eu estava bêbado demais...
Nem pensar eu conseguia...
Mas não podia ser o que eu via.

Naquela multidão de rostos.
Não podias ser tu quem eu via...
Era a mesma melodia,
Dessa parte eu lembro bem...
Acho que era apenas
De mais um fantasma,
Que de atrás eu corria.

Não podia ser...
Mais uma noite longa que eu vivia.
A qual que acabou,
Que nem lembro como começou
E nem do fim que não veio a tempo.

Daquela madruga tão fria.
Suas mãos queimavam.
As palmas ardiam.
E deixou mais uma marca
No meu rosto pálido.

Mas não podias ser tu quem eu vivias.
Não sei se eras tu que sorrias.
Ou apenas mais um rosto em vão.

Mesmo assim senti que,
Meus olhos brilharam,
E do brilho se fez o dia.
O dia com um amanhecer amargo,
Que na boca eu sentia.

Quem me dera ser verdade
Aquilo que vivi,
Aquilo que não tens mais sentido.
Aquilo que não podes mais existir.
Qual noite de amanhecer amargo,
Mas na minha boca era o mesmo gosto.

O seu gosto,
Que sempre guardei.
E nunca deixei de sentir.
Por todo esse tempo não sóbrio.

Sim... Eras tu que eu sentia.


Jeferson Guedes