segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Quando em quando

Quando em quando

Não sei o que eu faço

De todo esse tempo

Ocioso,

De toda essa saudade...

De todo o sol que bate na janela


Chegaste até mim

Em puro riso

Quando em quando

Recordo...

Da noite na rodoviária

Eu estava embarcado

No meu próprio destino


Viajei até você

Recebeste-me com sorriso

Naquele momento,

Não tinha flores

Dei-lhe então

Tudo o que eu tinha

De minha alegria...

Desde então

Eu recebi de ti

Cada vez mais


Quando em quando...

Queria estar contigo

Todo o tempo do mundo...

Jogar em qualquer canto

Qualquer incerteza,

Que por hora,

Ainda permanece...


Cada vez mais...

Um beijo,

Quero te dar

Como aquele

Da primeira vez...

E que dure sempre...

Qualquer tempo

Que venha pra ficar...


Jamais quero

Que se gaste

E que o tempo se acabe

Sem eu estar contigo

Pra ver toda essa chuva

Todo esse ensolarado

Do céu


Quero sempre

Que nós possamos

Achar a saída

Que faça anular

Todo esse nada,

Todos esses dias

Que terminam sem encanto


Quando em quando

Quero voltar

Todos os dias

Ao dia da rodoviária


Jeferson Guedes

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A flor e a rua

As ruas lustradas

Em profundo silêncio

A flor que cresce

Desfigura a imagem

Se torna viva

E não adoece do frio

Risonho lustre armado

Me degola

Me ama

E chora

A flor apenas cresce

E mesmo assim

Desfigura a rua

Tão morta

Em silêncio

Que é profanado

Por uma simples flor

Roxa, azul, vermelha

Tanto faz

A cor

O que importa

Que ela não está calada

E maltrata

A paisagem

De poeira

Sem som

Sem nada

Silêncio, sem vida

E sem cor

É de poeira que move

A rua

E mesmo assim

A flor cresce

Diante da poeira

Quebra o silêncio

E causa a vida


Jeferson Guedes