sábado, 18 de junho de 2011

Eu vi a mim mesmo

Eu cá pensando...

Eu em meu exilio

Mais profundo de querer

Tentar transparecer o que eu nunca fui

O que eu não sou

De minha sede

De querer ser aceito

Por pelo menos um alguém

Soluço meu pranto quieto

Eu sem mesmo querer

Me escondo

De tudo

Que possa me parecer

Cruel, fútil e duvidoso

Não sei o que eu poderia dizer

Quando seus lábios não sabiam

O que também iam me dizer

Não sabia se eu te abraçava

Ou apenas concordava

Com as lágrimas

Que eu as via cair

E mesmo assim

Não conseguia acreditar

Não sabia perdoar

A minha vida

Se foi praticamente

E nem sabia

Se eu vivia de verdade

Tentar acreditar em ti

Em meus irmãos

Que desconheço

Não me faço de vitima

Só fui um erro do acaso

Procurar aceitação

Em vão de ser mais

Pra mim mesmo

E não pros outros

Me fiz sozinho

Eu mesmo não querendo

Corri

Viajei

E consegui

Por hora

Me encontrar

Me reencontrar

Não achei o vazio

Achei a mim mesmo

Eu vi a mim mesmo

Atrás do seu olhar



Jeferson Guedes

terça-feira, 14 de junho de 2011

Se eu tenho teu sorriso

Deslizo

Sinto-me

Tão vivo

Vontade que tenho

De voar

De morar em outro lugar

O seguir

De qualquer estrelar

Que brilha mais alto

Até atingir

Um ponto

Qualquer

E descongelar

Meus dedos

E eu possa

Estalar

Uma melodia

Escorregadia

De ser e pensar

Em não ser

Será?

Vivo,

Resisto

O destino

Vais me esperar?

Vais me acudir?

E se eu cair num mar de cinzas?

Não,

São sós cinzas do meu cinzeiro

Que me cobrem

E eu não sinto tanto frio

Não sei do será

E muito menos

Do talvez

Meu achismo

Meu destino

Meu quase niilismo

Da minha crença

De crer em quase nada

E eu só acredito

No teu sorriso

E ainda resta

O meu sonhar

E o meu seguir

Até onde não sei chegar

Sorriso

De pranto

Que esclarece

O estrelar

De tão longe

Quão meus olhos

Podem chegar?

Até o infinito

Se eu tenho

Teu sorriso



Jeferson Guedes

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Lar

Viajo por tanto tempo

E encontro

Da mesma forma

Que faz soar

O desencontro

Sem perceber

Que as estrelas

Não ficam no mesmo lugar

Elas se movimentam

Como tudo na vida

Até pedras podem andar

Em tal quietude

Que não percebemos

Se talvez

Eu me desperdiço

Não foi o tempo

Que faltou

E sim

Meus abandonos

Que fiz por gosto

A vida persiste

Em tentar

Outros lugares

Ei de conhecer

Talvez não hoje

Quem sabe

Outro dia

Viajo há tanto

Pra tentar encontrar

Em mim mesmo

Uma moradia

Que o meu coração possa

Selar meus abandonos

E chamar


De lar



Jeferson Guedes