quinta-feira, 27 de maio de 2010

Olhar o nada

Aquele mesmo vazio nos olhos...
Que sempre carreguei...
E nunca consegui preencher
O nada da visão.
Com alguma coisa
Que não seja o nada.
Olhar o nada...
É a mesma coisa
Que olhar o tudo.
O horizonte é falso.
Ele só se limita nos olhos.
A falta pelas coisas.
Preencher espaço por nada
Só porque é vazio e tem espaço.
Acho que pra mim nada
E nem ninguém
Consegue suprir essa falta.
Do vazio que me preenche os olhos.

Jeferson Guedes

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Liberdade é quase nada

Acho que eu não deveria ter toda essa vontade de liberdade... Não deveria jogar tudo fora o que me prende... Deveria ter arriscado mais com coisas que valessem a pena mesmo... Só sei que essa liberdade hoje... É o que me prende a querer voltar no tempo... E me dar outro sentido no meio desse mar de sentimentos que me afundo... Estou tão longe das pessoas que mais queria que ficassem perto de mim... Entretanto sentia saudades desse lugar... Não sei ao certo... Aqui o que foi construtivo foi à mágoa que sinto... Nunca devia ter jogado meus sonhos pra nuvens e mandado tudo pro inferno. Agora estou aqui... Escutando o barulho da chuva e tentando me sentir o mais ermo possível. Sei que tu estás melhor sem eu por perto... A vida não é incerta... Incerto mesmo são as escolhas que fazemos...

Jeferson Guedes

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Esquecer

Acho que deixei que a brasa do cigarro que eu fumava aquela noite... Queimasse meus olhos... Todos os laços foram desfeitos... Agora não sobrou muita coisa... Vagamente me lembro de como fui um dia... Me vejo pela janela dos sonhos que tive há muito tempo atrás... Foram apenas momentos que tive ao acaso. Que me vi bem... Não me importando com quem estivesse ao meu lado... Achei que ia te encontrar no meio da solidão que eu vivia... Que você viria pra ver como eu estava... Se eu estava precisando de alguma coisa... Mas não... Você nunca chegou perto de mim... Nem sabia se eu estava vivo ou morto... Estou passando por aqui... Só pra te dizer... Que morri... Faz muito tempo... Sei que não vai chorar... Todas as esperanças secaram com o vento... E a garoa fria que sinto no meu rosto... Tenta me mostrar que ainda respiro... Já não tenho mais fôlego pra te acompanhar... Você segue o seu caminho com muita pressa... E eu mesmo querendo te encontrar... Sigo lento pelo caminho errado. Já sangrei em acreditar... Agora eu me dou a escolha da descrença... Da descrença por tudo... Tudo o que passei... Foi apenas uma farsa! O inverno chegou... Está chegando à data do meu aniversário de volta... Não sei se isso é bom... Não sei se vou comemorar. Ou apenas recordar... Se bem que não lembro de muita coisa... E das coisas que lembro... Faço questão de esquecer.

Jeferson Guedes