As ruas lustradas
Em profundo silêncio
A flor que cresce
Desfigura a imagem
Se torna viva
E não adoece do frio
Risonho lustre armado
Me degola
Me ama
E chora
A flor apenas cresce
E mesmo assim
Desfigura a rua
Tão morta
Em silêncio
Que é profanado
Por uma simples flor
Roxa, azul, vermelha
Tanto faz
A cor
O que importa
Que ela não está calada
E maltrata
A paisagem
De poeira
Sem som
Sem nada
Silêncio, sem vida
E sem cor
É de poeira que move
A rua
E mesmo assim
A flor cresce
Diante da poeira
Quebra o silêncio
E causa a vida
Jeferson Guedes
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