domingo, 22 de novembro de 2009

Cada vez mais cinza e opaco

E eu me vejo tão distante do lugar onde estou, queria o seu corpo de volta a me abraçar, querias que não estivesse tão longe e queria também que eu estivesse nesse lugar. Não queria que fosse dessa forma. Queria jamais ter que ter olhado pra outra direção, se não as dos teus olhos, olhos castanhos e os meus são como vidraças embaçadas. Tão triste estou, tão desmotivado. Estive perto do estilete mais uma vez, pois tive o mesmo pesadelo, duas vezes, à noite passada. Acordei em prantos às duas vezes. E nem sei onde tu dormes. Chove e morre. Sem dar o último suspiro, sem dar satisfação. E ainda em minha pele que arde naquele inferno que tu me mandaste. Tenho dúvidas se tu querias me mandar ao inferno se me visse queimando, mas não agonizo. Encaro o fato, porque não tenho nada que possa acalmar a chama. A brasa não se apaga. Nunca se apaga. Meu triste sonho real. Pecado cruel que cometi, não foi por gosto, acredite! Bom... Agora tanto faz. Tu nem sabes da verdade. Faço um sorriso singelo sair de meu rosto amargo. Espero enfim olhar teus olhos arrependidos, por esse triste fim. Senão já não volto a queimar mais uma vez. O lado bom disso tudo, é que nesse inferno que desvaneço tem fogo. O fogo não se apaga nunca se apaga. E posso acender o meu cigarro. E tentar recordar algum momento feliz que tive estando ao seu lado. Nem sei se tive um momento feliz. Mas o que tu me destes em troca da minha infelicidade, foi um: VÁ PRO INFERNO. Chega ser cômico. Olhares falsos de ciúme. Tu nunca se importaste comigo. Eu era apenas uma propriedade ou se não uma conveniência. Conveniência que tu deixaste exposta em meio dos raios. A dor que fica por baixo da pele é bem maior do que a do parto. Eu tenho doença no pulmão e eu jogo mais fumaça. Acho que até gosto de ser desse jeito. Morno em relação a tudo. Pois não posso me aquecer de mais, senão ainda posso me queimar de volta no inferno. Em pensar que estava perto de conseguir a luz, que falta nos meus olhos. Mas eles acabaram sendo mais opacos que antes. Não sei por que eu queria continuar vivendo assim. Com tu ao meu lado. Sei que nunca iria ter a minha felicidade junto de ti. Por isso que eu digo, acho que gosto de ser assim. Menosprezado por alguém. Isso já até se tornou o meu vício. Minha nau já naufragou mesmo sem ter zarpado do porto. Acho que o farol tava desligado. Acho que tu foste a minha âncora, que de tão pesada ficou, acabou afundando o meu navio no meio do oceano de fogo.


Jeferson Guedes

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