terça-feira, 8 de junho de 2010

Não podia

Eu não lembro muito bem...
Aquela noite eu estava bêbado demais...
Nem pensar eu conseguia...
Mas não podia ser o que eu via.

Naquela multidão de rostos.
Não podias ser tu quem eu via...
Era a mesma melodia,
Dessa parte eu lembro bem...
Acho que era apenas
De mais um fantasma,
Que de atrás eu corria.

Não podia ser...
Mais uma noite longa que eu vivia.
A qual que acabou,
Que nem lembro como começou
E nem do fim que não veio a tempo.

Daquela madruga tão fria.
Suas mãos queimavam.
As palmas ardiam.
E deixou mais uma marca
No meu rosto pálido.

Mas não podias ser tu quem eu vivias.
Não sei se eras tu que sorrias.
Ou apenas mais um rosto em vão.

Mesmo assim senti que,
Meus olhos brilharam,
E do brilho se fez o dia.
O dia com um amanhecer amargo,
Que na boca eu sentia.

Quem me dera ser verdade
Aquilo que vivi,
Aquilo que não tens mais sentido.
Aquilo que não podes mais existir.
Qual noite de amanhecer amargo,
Mas na minha boca era o mesmo gosto.

O seu gosto,
Que sempre guardei.
E nunca deixei de sentir.
Por todo esse tempo não sóbrio.

Sim... Eras tu que eu sentia.


Jeferson Guedes

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