quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Olhar e mais nada

Custa tanto
Dizer adeus
Dizer que nunca mais
Pra nunca mais
Se perder
Pra nunca
Se achar
Custa
Desejar
Olhar
Perder
Encontrar
Agora me vejo
No meu ridículo
Estado do ser
Que eu me fiz nascer
Entre as fugas
Que tive tanto
Entre meus sonhos
Entre tudo e tão pouco
Meu medo
De acordar
E tentar viver
De acordar
E me olhar no espelho
Fraquejando outra vez
Tentando encontrar
Meus olhos
Na ponta
Da faca
Na beira
Do meu abismo
Ou no final dessa rua
Que se acaba
Por não ter saída
Olhar e ser limitado
Olhar e ver aquilo
Que eu não posso ser
Olhar e ver o que
Eu não posso mais ter
Olhar o que não me foi cedido
Olhar e ver os sonhos
Caídos,
Mortos
Não tento achar um motivo
Apenas eu guardo
Algo que me faça
Que me aqueça
Que me faça
Que me proteja
Que me faça
Ser outra pessoa
Pois essa
Que tanto escreve
Escreve
Escreve
Sem uma razão certa
Sem uma folha branca
Sem tinta na ponta da pena
Tantos momentos
Que eu só estive comigo mesmo
Contando meus passos
Caminhando
Sem saber aonde tanto
Queria chegar
Bem sei que
Tenho uma âncora
Mas ela não me deixa parado
Talvez seja muito pesada
E aos poucos me leva
Pra baixo
Tão incerto
Tão por puro desespero
E um grito
De sublime medo
Ao
Acaso
do
Momento falido
E
De olhar
O momento morto




Jeferson Guedes

Um comentário:

  1. O sentido que percorre todo o alcance do que temos para ser e viver é uma falta, que tudo faz poesia e mesmo assim não encerra o que perdemos.
    Seu blog é muito bonito!
    Abraços,
    Leonardo Valente (MG)
    www.lioh.arteblog.com.br/

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